Inacreditável: China quer calar parlamentares BRASILEIROS sobre Taiwan

Crédito: FGV.

Você que acompanha o ALTA FOLHA já conhece a rusga histórica entre a China e Taiwan (“COVID-19: o sucesso de Taiwan“).

Apesar de a China não cansar de alegar que esse é um problema interno, também não perde a oportunidade de, contraditoriamente, promover sua ingerência em outros países, tentando calar – quase sempre com verniz “civilizado” no vocabulário – quem ousa falar do assunto.

Há poucos dias, uma semana antes da posse da presidente reeleita de Taiwan, Tsai Ing-wen, ocorrida em 20 de maio, a Embaixada da República Popular da China no Brasil teve a ousadia de enviar nota à Câmara dos Deputados, na qual expôs mal disfarçados pedidos para que parlamentares brasileiros não comentassem o assunto.

Apoiada no chamado “Princípio de Uma Só China”, a Embaixada começou solicitando à Câmara a adoção de medidas “preventivas” para conscientizar os deputados sobre a questão de Taiwan.

E foi além: pediu aos parlamentares evitarem participar da posse taiwanesa; evitarem o envio de mensagens de felicitação às autoridades de Taiwan; e até mesmo evitarem manter contatos oficiais com a ilha.

Veja com seus próprios olhos:

A nota chamou a atenção do deputado federal Paulo Martins, que demonstrou no Twitter sua indignação com a postura chinesa e não titubeou: felicitou a presidente de Taiwan pela posse e horas depois recebeu agradecimento do respectivo Ministério das Relações Exteriores.

A notícia do absurdo viralizou na internet e a hashtag #VivaTaiwan já ocupa o primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter Brasil.

Já noticiamos que virou sino-mania, mundo afora, escalar suas representações diplomáticas para intimidar quem critica o regime chinês. Lembre o caso dos jornais da Austrália (“Jornal australiano imita ditadura chine e ‘censura’ seu Consulado“) e da Alemanha (“Maior jornal alemão enfrenta a China“), que reagiram à altura, mostrando como é que se faz.

Deve ser difícil para uma ditadura brutal conceber que há liberdade de expressão ao redor do mundo. Mais difícil, porém, é entender quem ainda classifica como “teoria da conspiração” o fato de o Brasil ter se tornado colônia da China, o que se verifica já de cara, entre outros inúmeros motivos, pela própria ausência de repúdio oficial do parlamento brasileiro à nota censuradora recebida.

Voltaremos ao assunto em breve.

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